Rolou o show do Hipnotize na sexta feira do VI Motorcycle, encontro de Motociclistas promovido pelo Yankees Motoclube de Rio das Flores.
Noite linda de outono, com a organização impecável do local, das barracas e das atrações.
Chegamos cedo por lá pra passar o som e vimos o local do show.
Belo palco do Parque de Exposições da cidade, com flying PA e muita iluminação.
No palco, pras guitarras, um amp da Fender e um poderoso Jazz Chorus da Roland que tive o prazer de usar (o volume não precisou chegar ao 1) .Equipo pra baixo tudo em ordem e pros teclados tb.
Testamos os amps e voltamos pra casa pra chegar mais tarde, enquanto a galera da banda Sotton subia pra passagem de som. Nesta noite tivemos o prazer de dividir o palco com eles.
Mais tarde, chegamos a Rio das Flores e paramos os carros perto da entrada do backstage. Dalí dava pra ouvir o som da Sotton começando a inundar o espaço, com as coisas soando muito bem aos ouvidos.
Descemos pela lateral e fomos para frente do palco, pra nos juntarmos com a galera que estava nas barracas.
Aí, algo estranho aconteceu. Da lateral do palco pra frente, era como entrar numa outra realidade sonora, onde absolutamente nada podia ser entendido com clareza.
Em uma apoteose de sons desconexos e misturados, a banda soava como se estivesse sendo atacada por um enxame de vespas enfurecidas descendo de morro abaixo.
Como uma briga de bar, onde tudo acontece sem nexo e no total caos, o som que se ouvia no PA não era, absolutamente, o mesmo que ouvia-se em cima do palco.
Lá em cima tava redondinho, enquanto pro público que esperava pra assistir ao show maneiro da night, o som descia quadrado.
Pessoalmente, nunca me senti, em toda a minha vida, tão confuso com o que ouvi quanto naquela noite.
E todos os presentes ficaram pasmos (ou quase todos) com o que rolava.
Infelizmente, pra maioria que não tem uma vivência com música tão intensa quanto os músicos, o que parecia era que a banda era uma bela porcaria.
Enquanto isso, a Sotton debulhava um repertório super rock and roll e dava o máximo de sua sonoridade sem, contudo, alcançar o público.
E nós do Hipnotize ficavamos cada vez mais preocupados.
Mesmo assim, com o espírito que sempre nos move, fomos apresentar nosso som e tivemos o mesmo resultado.
Lá em cima tava lindo... enquanto pro público, passou longe disso.
Dos comentários do público no final, muitos, eram que duas bandas ruins tinham tocado na mesma noite.
Pra quem vem construindo uma imagens na cena musical com investimento e esforço como a Sotton e o Hipnotize vem fazendo, foi um ponto contra.
Porém todos sairam com o sentimento de que, mesmo na maior das adversidades, fizemos o nosso som de corpo e alma e contribuimos para o evento.
Uma pena que o público, maior interessado em curtir uns shows maneiros, tenha ficado completamente perplexo perante a psicodélica bad trip que presenciou.
Tinha tudo pra dar certo.... mas.....
Espero, sinceramente, que a galera consiga ajustar esse "detalhe do som" pros próximos dias do evento.
O público, o evento, a cidade e os músicos merecem.
Deixo aqui minha homenagem fotográfica aos companheiros da Sotton, nossos parceiros na batalha épica dessa noite de outono.
And Let's Keep On Rocking in the Free World.
A galera tava lá.
Enquanto isso Léo, nosso tecladista, assistia, perplexo.
Parabéns à galera que tocou na noite.